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Recife, Pernambuco, Brazil
Estudante de Gestão em Marketing, espírita, filho, amigo, e uma série de outras qualidades (rsrs)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Má educação de geração em geração


Na semana passada deparei-me com uma situação que para mim é corriqueira, já que presencio todos os dias, mas que ainda assim ficou martelando em minha cabeça. Uma conhecida, da qual não citarei aqui o nome, dirigiu-se de forma singela e carinhosa (aos berros) a sua netinha de 3 anos que estava brincando no quintal: “Eu vou dar em você viu, sua rapariga?!”. Caros leitores, perdoem-me pelo uso de tal termo, não pelo significado original da palavra no vocabulário português de Portugal e sim pela forma nada positiva adotada pelos brasileiros.

Um fato como esse, que já é habitual para quase todos os membros da família citada, faz-me pensar sobre alguns pontos. Uma criança criada e “educada” num ambiente como tal tem grandes chances de absorver e transmitir de forma semelhante para seus filhos e netos. A escola tem papel importantíssimo na formação dos indivíduos, mas como “costume de casa, vai à praça” acontece como verificamos diariamente no comportamento de jovens estudantes das redes de ensino pública e particular também, visto que condição social não é a motivação primária para a delinqüência. Na escolinha a criança ouve que devem amar e respeitar os mais velhos, que não podem agredir verbal e fisicamente o seu próximo. Algumas horas depois, retornando ao lar, recebe exatamente o contrário daquele tratamento que aprendeu na escola. Ora, seu espelho é a família, onde passa a maior parte do tempo, de onde os traços serão mais incorporados à personalidade.

Existe também o fator índole, uma vez que, apesar de inseridos num ambiente hostil, alguns indivíduos tendem a decidir pelo bom comportamento, o que infelizmente não é a regra e sim, exceção. Mas isso nos levaria a uma discussão psico-filosófica e até espiritualista (o que não seria má idéia, rsrs).

Na verdade, o questionamento que me persegue é: Até que ponto podemos culpar as falhas nos sistemas de educação, a má distribuição de renda, a mídia, o governo, e por aí vai? Será que essas falhas são 100% responsáveis pela perda do respeito e da sensibilidade das pessoas? O que faz uma criatura humana xingar ou agredir espontaneamente uma criança inocente que está sob sua responsabilidade para receber carinho e proteção? Aquela mesma avó do começo terá, futuramente, o respeito dos seus netos? Terá ela respaldo para exigir bom comportamento desses futuros adolescentes? Como ficará o alicerce da estrutura psicológica de crianças que convivem diariamente com gritarias e pornofonias? Acho que pode ser até previsível. E olhem que só citei o caso de uma família. Imaginem no país inteiro!

Pois é. E muitas vezes ainda dizem que sou exagerado!!

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